Neste mandato, a Assembleia Municipal de Mafra tem assumido todas as funções que lhe estão atribuídas?
Nem sempre. Não se verificam tentativas de alcançar consensos através de negociação, a não ser quando dá jeito ao PSD. As coisas são habitualmente apresentadas para serem votadas e é tudo.
Quantas vezes é que a Assembleia Municipal de Mafra devia reunir por ano?
Devia reunir mais vezes, mais que não fosse pela intervenção do público. O público só pode intervir no final das assembleias e são raras as vezes em que as assembleias não se prolongam para lá da meia noite. Com menos temas por assembleia, seria também possível, certamente, receber os documentos mais atempadamente, de modo a que os pudéssemos estudar.
Concorda com o actual regimento da assembleia ou teria alterações a propor?
O prazo de envio da documentações é uma das coisas que devia ser alterada.
O facto de os vereadores da oposição não poderem intervir na assembleia, devia ser alterado?
Não me choca que não possam intervir, pois têm reuniões próprias onde o podem fazer. O que não podemos é afirmar que abandonamos o mandato por não podermos intervir, porque as regras são claras e as pessoas quando são eleitas sabem para o que vão.
O que pensa da possibilidade de se criarem grupos de trabalho no seio da Assembleia Municipal?
Não conheço nenhuma proposta nesse sentido, mas acho que sim, deviam ser criados grupos de trabalho.
Faz sentido que os presidentes das juntas de freguesia, sujeitos a uma legitimidade eleitoral própria, tenham direito de voto ao lado dos deputados eleitos directamente?
Não sei. Penso que deviam ser criados grupos de trabalho no seio da assembleia e se necessário convidar pessoas especialistas nas áreas em debate. Em Mafra, os presidentes das juntas não intervêm, dá-nos a sensação que não estão lá a fazer nada.
O que é que propõe para aumentar a participação da população nas assembleias municipais?
Como já referi, o facto de os munícipes só poderem intervir no final, é uma limitação. Por outro lado, as sessões deviam ser mais divulgadas, mas não sei se haverá interesse efectivo em que isso acontecesse.
Como é que avalia a presidência de José Bizarro à frente da Assembleia Municipal?
Penso que tem desempenhado bem o seu papel.
Sendo eleito, como é que vai nortear a sua actuação na próxima legislatura da Assembleia Municipal de Mafra?
Em termos de postura, essa será exactamente a mesma. Não será aquela critica gratuita, critico quando acho que devo criticar, mas também não tenho problemas em salientar boas propostas. Vou retomar algumas moções que temos apresentado nestes últimos 4 anos. Por exemplo, a questão do glifosato, que já foi alvo de moções nossas, sempre recusadas pelo PSD e pelo PS e CDS, mas que agora surge no programa do PSD, caso a proposta surja, não tenho problema em votar a favor. A linha do Oeste, será outro dos temas que levarei novamente à assembleia. A verdade é que o único grupo de trabalho criado na câmara foi um grupo para acompanhar a linha do Oeste e na reunião realizada, só lá esteve presente o eleito da CDU, o PS e o bloco não apareceram. Voltarei também à carga com os circos sem animais, os espectáculos tauromáquicos e a questão das ciclovias, uma proposta apresentada por mim há cerca de 10 anos e que começa agora a aparecer. Teremos também de insistir no IMI, e aqui também o facto de o PS ter votado a favor da taxa máxima na Assembleia Municipal, mas depois, tomar como bandeira politica, a descida da taxa.
Por fim, gostava de dizer que há pessoas que ficam chocadas quando eu digo que não sou político, que não gosto de política, mas infelizmente, hoje em dia as pessoas têm uma péssima imagem dos políticos e era fácil combater isso, dizendo que sou político mas não sou igual aos outros, que é uma frase que todos dizem. Também não gosto muito de fazer campanha, pois penso que as pessoas votam por aquilo que eu sou durante os 4 anos do mandato e não por causa de uma semana de campanha.